sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Tropa de Durkheim

“Tropa de Elite 2 – o inimigo agora é outro” não é apenas um filme de ação ou um filme policial, mas pode-se dizer também que é um registro fictício de acontecimentos ocorridos no estado do Rio de Janeiro na década de 90. Tais acontecimentos criticam a ação policial e política, mostrando o abuso de poder que a instituição, o Estado, pode ter sobre o indivíduo.

A crítica do filme assemelha-se fortemente ao pensamento do filósofo-sociólogo Durkheim, que acreditava que havia um controle do sistema (no caso, o Governo) sobre os indivíduos, não apenas normativo, mas também cultural. A esse controle ele nomeava “coerção social”. Logo no início do filme, uma operação com o intuito de restabelecer a ordem no presídio Bangu I, no qual os presidiários aparentemente obtiveram o domínio do presídio, não ocorreu conforme planejada. Pois um dos policiais, o capitão Matias, resolve descumprir a ordem que recebeu de esperar pelo comando de seu superior e age por conta própria. Este erro recebe uma crítica de Diogo Fraga, defensor dos direitos humanos e que, mais tarde, vem a ser deputado. Fraga tentou ajudar a resolver a operação pacificamente. Ao criticar a ação de um policial de atirar em um detento, este indivíduo mostra o que Durkheim chama de “sanção espontânea”, pois apesar da tentativa do policial de evitar piores conseqüências, finalizar a operação e controlar a situação o mais rapidamente, o cidadão defende que, ainda que o detento não tenha agido de acordo com as normas da sociedade - o que o sociólogo nomeia de “sanções legais” - ele ainda se encontra em estado de um cidadão que tem direito a vida. Por tanto, esta defesa surge como uma resposta de um comportamento considerado inadequado, principalmente para um policial.

A semelhança da teoria de Durkheim com o longa-metragem é evidente, pois, para o sociólogo, os “fatos normais”são necessários. Esses fatos precisam existir para que haja uma forma de coagi-los e “Tropa de Elite” é um excelente exemplo prático da teoria de Durkheim dentro da nossa sociedade, pois aborda fatos como a criminalidade.

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