sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Os fatos sociais com o capitão Nascimento


       O filme Tropa de Elite 2 nos mostra de forma clara as características do fato social. O fato social é qualquer forma de indução sobre os indivíduos que é tida como uma coisa exterior a eles, tendo uma existência independente e estabelecida em toda sociedade. Os fatos sociais existem não para um individuo especifico, mas para a coletividade. O fato social possui três características: coercitividade, exterioridade e generalidade. Há dois tipos de fato social, sendo eles: o fato social normal e o fato social patológico, o primeiro é aquele generalizado ou quando exercer função importante para a adaptação ou evolução da sociedade; o segundo por sua vez, é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social existente. Aos atos que fogem dos preceitos daquela sociedade são exercidas sobre eles sanções impostas pela coerção social. À exemplo da coerção social temos a vida prisional, onde os que cumprem pena se conformam com a sua realidade, que é obedecer as regras criadas pela sociedade. Também a respeito desse tema, temos o uso da força policial, que intimidam os moradores do morro, mas que mesmo vivendo repreendidos aceitam a realidade que se mostra em seu meio social. Como consequência da coerção social, temos as sanções legais são as leis expressas da sociedade, que identificamos no filme como a punição da lei sobre os que praticavam a corrupção. A sanção espontânea é a sanção que não se manifesta legalmente, mas estão presentes na sociedade e são aplicadas pelas pessoas, caracteriza-se por atitudes que reprimem a pessoa que está em desacordo com a situação de forma natural, ou seja, é inerente as atitudes tomadas espontaneamente pelo ser humano, sem o tempo necessário para pensar antes de tomar certa atitude. Como exemplo de sanção espontânea, o filme trouxe o caso do Capitão Nascimento que era contra a corrupção, tentou reprimi-la, mas foi repreendido pelos que a praticavam, somente com a união com outras pessoa que eram a favor do seu ideal, que conseguiu gerar forças e fazer com que as sanções legais fossem impostas aos que praticavam atos inadequados.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tropa de Elite: Um reflexo de Durkheim

O filme lançado ainda recentemente, "Tropa de Elite 2- O inimigo agora é outro" produzido por José Padilha, aborda um assunto e retrata situações atuais que nos remete ao pensamento do filósofo-sociólogo Émile Durkheim do século XIX, que pode ser utilizado para analisarmos e compreender toda a abordagem do filme que se passa no Rio de Janeir e foca o funcionamento da instituição do Estado, o governo e o critica.
Assim será possível perceber alguns dos pontos falados por Durkheim, como: os Fatos Sociais, o que faz com que o indivíduo siga as regras da sociedade, o que o controla; nesse ponto têm-se as principais instituições de controle citadas pelo sociólogo, o Estado, a família, a religião e a educação, esses são os quatro principais pilares e no filme é focada a ação do sistema do governo e a corrupção de seus integrantes. As características dos fatos sociais são a Coerção Social, que é a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se com as regras impostas a ele pela sociedade na qual vive independente de sua vontade de escolha, pode ser percebida no filme pelo poder que a milícia e os políticos exercem na favela, ganhando propina em troca de deixar os traficantes e outros marginais impunes; essa coerção é feita de duas formas são elas as Sanções Legais e as Espontâneas, as legais são as prescritas pela sociedade, ou seja, as leis nas quais se define as infrações e se estabelece a penalidade correspondente, no filme ela meio que não funciona, pois é justamente esse um dos principais pontos de crítica da obra, apesar da existência das leis, elas nem sempre são aplicadas como, aos corruptos do filme que deveriam pagar por tantos delitos retratados neste, mas ainda há a cena da prisão de um dos deputados envolvidos no esquema de corrupçãp; já as espontâneas afloram como resposta a uma conduta considerada inadequada, como quando o personagem Diogo Fraga, defensor dos direitos humanos, recrimina a atitude do BOPE e de demais policiais quanto ao uso da força e repressão nos presos.
Mostra claramente também que os fatos sociais existem independentes de uma consciência individual e este se repete, chamado de Generalidade, como os fatos Normais e Patológicos; os normais são os crimes que não só no longa, mas como retrata uma realidade percebe-se que é necessário que estes aconteçam, pois precisam existir para que as leis, normas e as instituições de controle social possam existir também e tenham o porque, e no filme é mais do que notável a demonstração destes, como o roubo as armas da milícia, assassinato aos traficantes, policiais, políticos e demais civis; já os patológicos são transitórios, raros como epidemias e desastres naturais. Outros pontos, não menos importantes, é todo o cenário escolhido para o desenrolar da trama, uma favela de uma cidade desenvolvida e onde muitos desejariam morar também pela sua beleza e mostra a outra face da moeda, a desigualdade social, econômica e cultural que se passa não só lá mas em todo o território brasileiro e mundial, que tem um início e um desfecho intrigantes, como logo no início o Capitão Nascimento diz que ajudou a criar um sistema para engoli-lo e ao final diz que mesmo que muitos queram, tentem mudar e desfazer o sistema, esse sempre voltará pois está impregnado no ser e que é um ciclo vicioso onde a própria sociedade depende disso para movimentar-se.

Olga Medeiros.

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A Tropa de Durkheim

“Tropa de Elite 2 – o inimigo agora é outro” não é apenas um filme de ação ou um filme policial, mas pode-se dizer também que é um registro fictício de acontecimentos ocorridos no estado do Rio de Janeiro na década de 90. Tais acontecimentos criticam a ação policial e política, mostrando o abuso de poder que a instituição, o Estado, pode ter sobre o indivíduo.

A crítica do filme assemelha-se fortemente ao pensamento do filósofo-sociólogo Durkheim, que acreditava que havia um controle do sistema (no caso, o Governo) sobre os indivíduos, não apenas normativo, mas também cultural. A esse controle ele nomeava “coerção social”. Logo no início do filme, uma operação com o intuito de restabelecer a ordem no presídio Bangu I, no qual os presidiários aparentemente obtiveram o domínio do presídio, não ocorreu conforme planejada. Pois um dos policiais, o capitão Matias, resolve descumprir a ordem que recebeu de esperar pelo comando de seu superior e age por conta própria. Este erro recebe uma crítica de Diogo Fraga, defensor dos direitos humanos e que, mais tarde, vem a ser deputado. Fraga tentou ajudar a resolver a operação pacificamente. Ao criticar a ação de um policial de atirar em um detento, este indivíduo mostra o que Durkheim chama de “sanção espontânea”, pois apesar da tentativa do policial de evitar piores conseqüências, finalizar a operação e controlar a situação o mais rapidamente, o cidadão defende que, ainda que o detento não tenha agido de acordo com as normas da sociedade - o que o sociólogo nomeia de “sanções legais” - ele ainda se encontra em estado de um cidadão que tem direito a vida. Por tanto, esta defesa surge como uma resposta de um comportamento considerado inadequado, principalmente para um policial.

A semelhança da teoria de Durkheim com o longa-metragem é evidente, pois, para o sociólogo, os “fatos normais”são necessários. Esses fatos precisam existir para que haja uma forma de coagi-los e “Tropa de Elite” é um excelente exemplo prático da teoria de Durkheim dentro da nossa sociedade, pois aborda fatos como a criminalidade.

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Tropa de Elite 2 e sua Correlação com os Conceitos de Émile Durkheim

O paralelo que se pode perceber entre o filme Tropa de Elite 2 e as teorias defendidas por Durkheim, são notoriamente o Empirismo Positivista, as Sanções ( Legais; Espontâneas), Generalidade, Consciência Coletiva e a Coerção Social.

Sua exposição é bem clara nos fatos sociais, ele gira em torno do sistema, ao decorrer do filme é exposto o poder inibidor que é exercido pelo sistema militar e político. A situação que os indivíduos tem que aceitar as regras dentro da sociedade em que vivem, independente de sua vontade, sendo imposto pela força. Os menos favorecidos sofrem com o abuso e a corrupção que acontece no sistema. Grande parte desses problemas vem da ausência de leis e normas, consequentemente fragmentando a estrutura social, pois a sociedade passando por estado de anomia fica vulnerável por não impor limites, e sem normas claras os indivíduos acabam se corrompendo.

O cineasta José Padilha expressa claramente um retrato político e social do nosso país, com um filme muito realista sem deixar nada subentendido, mostra uma realidade que muitos não conhecem ou que fecham os olhos para não verem.

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Tropa de Elite 2 e Durkheim

O filme Tropa de Elite 2,retrata a realidade Brasileira nas favelas do Rio de Janeiro, levando em conta os grandes cargos políticos, os menos favorecidos, e a sociedade como um todo englobada em um círculo de corrupção.

Para Durkheim coerção social, que seria a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os á se conformar ás regras do seu meio social. Em relação ao filme fica claro na imposição dos militares corruptos na favela, ao induzirem a população a se conformarem com as regras impostas e obedecerem, fazendo o seu trabalho escravo.

Podemos perceber ao longo do filme, que o sistema político e militar exerce um grande poder coercitivo sobre os indivíduos. Apesar de a população ser totalmente consciente suas ações, pode ficar totalmente sem força em relação, ao governo e suas decisões, desse modo todos podem estar bem e a sociedade não estar em harmonia. Um Fato Normal na teoria é um crime, coisa que pode acontecer em qualquer sociedade, já o Fato Patológico é quando algo é inesperado. Fica claro que toda a sociedade é vítima de sanções, sejam elas legais ou ilegais, querendo ou não, contribuindo assim para o sistema governamental, visto que estamos todos interligados, para a existência do estado como um todo.

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